segunda-feira, 4 de novembro de 2013

O medo e o risco

Evitamos as mudanças porque temos medo do desconhecido, medo de não ser a decisão acertada, de nos arrependermos. 

Evitamos as decisões ou as tomadas de decisão porque temos receio das consequências que poderão daí advir. 

Era tudo tão mais fácil se fosse possível ir ao futuro ver as consequências das nossas escolhas.

A nossa vida é, para além de todas as condicionantes, como a família, o país ou a cultura onde nascemos e crescemos, marcada pelas nossas escolhas, pelo caminho que optamos para nós. 

As decisões que tomamos na nossa vida, desde as mais simples, às mais complicadas, podem marcar o rumo da nossa vida e fazem de nós quem somos.

O comodismo da nossa vida tem, muitas vezes, uma causa muito simples: o medo. O medo de arriscar, o medo do que está para vir, o medo do arrependimento: o medo do desconhecido.

Adorava poder viajar no tempo, adorava poder ver se tomei as opções certas na minha vida, se podia ter arriscado mais, se devia ter confiado mais em mim.

Ouvimos com frequência que mais vale o arrependimento do que foi feito do que o que ficou por fazer.

Sinceramente, acho que o arrependimento ou a dúvida nos corrói por dentro. 

Mas será que estamos preparados, hoje, para as, não tão boas, consequências das nossas opções? Ou será que o que se diz por aí não passa de mais uma frase muito bonita e motivadora? E se as coisas correrem mal, será que nos arrependemos das opções que tomamos?

Claro que a vida é feita de experiências e no fim, se sobrevivemos, se conseguimos ultrapassar, valeu a pena, quanto mais não seja, pela experiência que ganhamos.

Mas quanto de nós não se desgastou nessa experiência? Quanto de nós não de desperdiçou nessa luta?


domingo, 3 de novembro de 2013

Banda Sonora #30



Num domingo triste como este, só a recordação de momentos felizes, como o concerto dos The Killers, no SBSR13, para me animar. Mas que hora e meia bem passada.

Bye-bye

Quando temos amigos prestes a emigrar passamos semanas nas despedidas: a última vez que jantamos todos juntos antes de partirem, o último serão de domingo à noite (sim, juntamo-nos para ver a Casa dos Segredos), o último lanche, o último café, a última saída à noite, a última semana, o último fim-de-semana. 

Ver os meus melhores amigos a partir não é fácil. As coisas vão mudar. Vou deixar de ter A equipa para os quizzs das terças à noite, vou deixar de ter aquela companhia para a Casa dos Segredos, vou deixar de os ter para as saídas dos fins-de-semana, vou deixar de os ter para tagarelar, para dizer mal de todas a gente, para rir e para chorar...

A vida continua quando os nossos melhores amigos deixam de estar no nosso país, mas é inevitável sentir uma certa melancolia, uma certa saudade das coisas, de todas as coisas, mesmo antes de eles partirem.

A vida continua, só que continua de uma forma diferente. Não vou deixar de falar com eles, não vou deixar de estar presente na vida deles e eles na minha (pelo menos assim espero), mas eles vão deixar de estar aqui ao meu lado, a 3km de distância.

A forma de saborear um fim-de-semana vai ser diferente, certamente. Falta-me aquela companhia, a companhia daqueles que já nos conhecem tão bem que não nos preocupamos em fazer cerimónia, em dizer asneiras pela boca fora, em parecer estúpidos ou idiotas, em ser rabugentos, em ser teimosos ou dar respostas tortas, porque eles conhecem-nos e aceitam-nos.

É óbvio que não me vou trancar em casa a chorar baba e ranho, apesar de, neste momento, vontade não me faltar, mas os cafés, os sítios, os fins-de-semana vão ter, com certeza, outro sabor.

Espero, claro está, que sejam muito felizes, que ganhem muito dinheirinho e que voltem para cá o mais rapidamente possível. Espero que não me deixem muito tempo por aqui abandonada. Entretanto, vou contentando-me com umas viagens a Londres e umas estadias de borla. Nem tudo é mau.