terça-feira, 19 de março de 2013

O meu Pai

Eu bem sei é banal falar do Pai no dia do Pai, no entanto, não podia deixar de fazer esta lamechice porque, realmente, tenho o melhor pai que poderia ter.
O meu pai não é rico, não me deu viagens a Cabo Verde, Miami, Brasil ou coisa que o valha, mas deu-me tudo o que eu precisei e até o que não precisei.
Tive e tenho o pai mais atencioso, mais presente, mais preocupado que podia ter; é o pai que me ensinou a nadar, andar de bicicleta, que jogava comigo às escondidas todos os dias quanto chegava a casa à hora do jantar, que jogava comigo às damas, batalha naval, monopólio,  cartas e até às Barbies se fosse preciso. O pai que passeava comigo todos os domingos antes do almoço.
O meu pai faz parte da minha infância com enumeras boas recordações. Recordações que nos fazem sentir o coração apertadinho e morrer de saudades.
O meu pai não estava comigo muitas horas por dia, por motivos profissionais, mas fazia valer cada hora. Estava presente a cada minuto.
O meu pai foi a pessoa que me ensinou que os homens também podem chorar, e muito! Não deve haver homem mais lamechas que ele.
Quando era pequena sentia um orgulho enorme do meu pai. Dizia a todas as minhas amigas que o meu pai conhecia mais de meio mundo e que já tinha trabalhado em quase todos os países do planeta; sabia que estava a exagerar mas gostava de impressionar e de enfatizar as viagens do meu pai. Pegava no álbum de fotografias de quando era novo e ficava horas a olhar, a ver as fotografias que ele tinha com tanta gente diferente: gente muito vermelha e muito loira, pessoas amareladas e com olhos rasgados, pessoas parecidas com índios, etc. E olhava com orgulho e mostrava às minhas amigas.
O meu pai sempre foi um dos mais importantes pilares da minha vida. E ainda é! Às vezes penso que não sabia o que faria sem ele. É um sábio. Das pessoas mais cultas, esclarecidas, curiosas e open mind que conheço. Ele costuma dizer que nasceu cedo de mais. E eu acredito. Tem sempre uma resposta e um bom conselho para cada situação. 
Quando era mais nova a sapiência dele enervava-me e detestava quando ele tinha razão (quase sempre... ok, sempre), ficava piursa com as "filosofias" dele: "tens de pensar pela tua cabeça", "não te deixes influenciar", isto e aquilo; Para mais na adolescência que achamos que sabemos tudo e que o mundo está contra nós! 
O meu Pai é um homem regrado, atento e equilibrado e eu só espero que os meus filhos possam ter a mesma sorte com o pai deles. Porque o Pai é o nosso farol, o nosso pilar, o nosso protector, o homem  que nos dá segurança, que vai bater aos maus e sem ele somos menos um bocadinho.
A minha mãe? Fica para outra altura mas, digo-vos, também é a melhor que me podiam ter escolhido!

Banda Sonora#18